terça-feira, 24 de abril de 2012

Saiba mais sobre ATM (articulaçao temporomandibular) e DTM (disfunção temporomandibular)

DTM, ou disfunção da articulação temporomandibular, é uma alteração da articulação que liga o maxilar à mandíbula que pode, por exemplo, não estar funcionando adequadamente. Essa articulação é uma das mais complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para trás e para os lados. Qualquer problema que impeça a função ou o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, de ligamentos, de discos e de ossos é chamado de DTM. Geralmente, a DTM dá a sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em geral, é impossível de ser identificada.

Quais os sintomas da DTM?
Disfunções de ATM apresentam muitos sinais e sintomas. É difícil saber com certeza se você tem D-ATM, porque um destes sintomas ou todos eles podem também estar presentes em outros problemas. Seu dentista poderá ajudá-lo a fazer um diagnóstico preciso, através de uma história médica e dentária completa, um exame clínico e de radiografias adequadas.
Alguns dos sintomas mais comuns de DTM são:
  • Dores de cabeça (freqüentemente parecidas com enxaquecas), dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos;
  • Um "clique" ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca;
  • Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar;
  • Mandíbulas que "ficam presas", travam ou saem do lugar;
  • Flacidez dos músculos da mandíbula;
  • Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam.
Como tratar a DTM?
Embora não exista uma cura para a DTM, existem diversos tratamentos que você pode seguir para diminuir consideravelmente os sintomas. Seu dentista pode recomendar um ou mais dos seguintes tratamentos:
  • Tentar eliminar a dor e o espasmo muscular através da aplicação de calor úmido ou através de medicamentos como relaxante muscular, aspirina ou outros analgésicos comuns, ou ainda antiinflamatórios;
  • Reduzir os efeitos prejudiciais de travamento ou rangido, por meio de um aparelho, algumas vezes chamado de placa de mordida ou "splint". Este aparelho, feito sob medida para sua boca, se encaixa nos dentes superiores e ao deslizar sobre os dentes inferiores impede estes dentes inferiores de ranger contra os dentes superiores;
  • Aprender técnicas de relaxamento para ajudar a controlar a tensão muscular na mandíbula. Seu dentista pode sugerir que você procure condicionamento e aconselhamento para ajudar a evitar o estresse;
  • Quando partes da mandíbula são afetadas e os tratamentos não surtiram efeito, uma cirurgia na articulação pode ser recomendada.
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TRABALHO MULTIDISCIPLINAR  NA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

Os melhores resultados de um tratamento são conseguidos quando atuam conjuntamente profissionais de diversas áreas. A Fisioterapia tornou-se parte integrante do acesso multidisciplinar no tratamento da DTM e de outras condições dolorosas orofaciais. A Fisioterapia Orofacial acrescenta à equipe uma visão conservadora e preventiva das desordens temporomandibulares e de diversas outras patologias que resultam em dor na face, cabeça ou pescoço.

Na maioria das vezes são pedidos exames radiográficos para avaliação do problema. Após a análise destes exames, ao fazer o encaminhamento para o tratamento da Fisioterapia Orofacial, o profissional deve sempre deixar os exames com seu paciente, para que este possa apresentá-los também ao fisioterapeuta, facilitando a avaliação clínica e a decisão das técnicas a serem usadas. O constante contato de todos os profissionais envolvidos no caso promove um aprimoramento dos conhecimentos científicos, é fundamental para o sucesso do tratamento, além de transmitir ao paciente mais segurança no protocolo escolhido.
Odontologia
A Fisioterapia é realizada em contato contínuo com outros profissionais, principalmente da Odontologia. Juntamente com os dentistas, é realizado o tratamento de pacientes com sinais e sintomas de DTM, confirmados através de avaliação minuciosa. Freqüentemente, o dentista encaminha o paciente para a fisioterapia especializada, podendo acompanhar o caso também com recursos odontológicos ou medicamentosos, ou somente aguardar os resultados do tratamento fisioterapêutico.
Para os casos de DTM, a Fisioterapia Orofacial oferece alívio das dores na musculatura mastigatória e na articulação temporomandibular (ATM), além de melhorar a função. 
Ainda que o paciente não relate dor, alguns casos, como uma hipomobilidade articular, tornam necessária a atuação da Fisioterapia Orofacial para possibilitar que sejam feitos alguns procedimentos odontológicos, como tratamento endodôntico e implantodontia.


Ortodontia
O fisioterapeuta acompanha o tratamento ortodôntico quando surgem dores na musculatura mastigatória e/ou na ATM. A Fisioterapia também pode fazer-se necessária para conduzir o correto desenvolvimento ósseo e muscular em casos de deformidades ou assimetrias.

Reumatologia


Diversas patologias reumatológicas podem afetar músculos e articulações do quarto superior do corpo. O tratamento fisioterapêutico especializado oferece um grande benefício para pacientes com fibromialgia, patologias articulares e ósseas degenerativas (como a artrose), atuando de maneira específica e/ou global. Com recursos como a laserterapia, é possível tratar especificamente a estrutura articular, favorecendo sua regeneração. Além de abolir a crise, os programas de manutenção previnem a recidiva dos sintomas, oferecendo grande conforto ao paciente.


Neurologia
Pacientes com cefaléia do tipo tensão, cefaléia cervicogênica e dores neuropáticas beneficiam-se dos efeitos analgésicos obtidos com a Fisioterapia. O tratamento conservador é vantajoso, pois dá ao paciente a possibilidade de reduzir ou abolir o uso de medicação, melhorando sua qualidade de vida e proporcionando retorno às atividades profissionais e sociais que estão comprometidas pela dor. Associado ao tratamento, o paciente realiza técnicas de relaxamento progressivo e aprende técnicas para evitar ou controlar possíveis crises.
Otorrinolaringologia


Alguns tipos de dor orofacial, como as provocadas pela sinusopatia, podem exigir a atuação conjunta da Otorrinolaringologia e da Fisioterapia, beneficiando-se das técnicas fisioterapêuticas. Os sintomas otológicos que podem ser provocados pela DTM e pela síndrome dolorosa miofascial, como dor no ouvido, zumbido e sensação de "ouvido tampado", também são tratados e acompanhados pelo fisioterapeuta especializado. Crianças com respiração bucal beneficiam-se do tratamento fisioterapêutico para corrigir disfunções orais, favorecer o crescimento ósseo correto, recuperar a função muscular e prevenir a instalação de problemas pulmonares.
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Cirurgia Plástica


Os recursos fisioterapêuticos aplicados anteriormente à cirurgia podem adiar a mesma ou melhorar as condições físicas e funcionais do paciente, garantindo melhores resultados pós-cirúrgicos, reduzindo o tempo de tratamento e melhorando a qualidade de vida do paciente. 
A Fisioterapia Orofacial é de grande importância no pós-cirúrgico, como nos casos de trauma, neoplasia, próteses faciais, cirurgia ortognática, ou naqueles em que há envolvimento da ATM e musculatura mastigatória. O tratamento visa o alívio das dores, a redução do edema, a reabilitação das funções articular e muscular (como a mímica facial), a recuperação da sensibilidade, a melhora das cicatrizes em seu aspecto tecidual e estético, podendo evitar a necessidade de cirurgias plásticas reparadoras.
Os cirurgiões podem contar com a atuação conjunta da Fisioterapia Orofacial tanto na fase pré quanto pós-cirúrgica.

 Quando encaminhar?

Quando o paciente apresenta alterações posturais, dores articulares, dores musculares (face e cervical), alterações na movimentação (mandibular e cervical) e alterações funcionais, está indicada uma avaliação com fisioterapeuta especializado. Há também indicação para a Fisioterapia Orofacial em caráter preventivo de todas estas condições.
 

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